O marido é que sabe#4 - (Medo de) Ser Pai
(Este post é da inteira responsabilidade do meu marido)
Bem, como não sabia sobre o que escrever e como neste momento estou deitado como o meu tesouro (a minha filha, ela está doentinha…), decidi escrever acerca do que é ser pai e de todos os medos que tinha e ainda tenho.
Mas primeiro quero responder à minha querida esposa (melhor amiga), não sou nem nunca fui de “deixar tudo para a última”, simplesmente me esqueci que tinha que escrever o post e quando ela me lembrou, tinha nessa noite deixado o PC no escritório (foi a primeira vez)!
Posto isto, vou começar pelo início e para isso tenho que explicar o porquê do meu medo de ser Pai, apesar de já o querer ser há muitos anos!
Há alguns anos atrás li um artigo que a personalidade das pessoas dependia do produto de:
- 40% da educação/vivências familiares durante o crescimento até ao final da adolescência;
- 40% era genético;
- 20% era tudo o resto (a educação na escola, vivência com amigos, etc…).
Este artigo nunca me saiu da cabeça, porque se 80% era relacionado com a família, isso preocupava-me e muito… Para ser franco, não tive uma infância/adolescência fácil/feliz, até aos meus 13/14 anos e o meu pai para mim era o meu tio (tinha e ainda tenho uma enorme divida de gratidão para com ele), depois dessa idade passaram a ser todos os meus amigos mais chegados (o motivo pelo qual me distanciei do meu tio foi, com o processo de divórcio dos meus pais, estes “afastaram” o meu tio de mim… Foi muitíssimo difícil na altura!!!). Atenção eu não estou a dizer que não tinha pai, tinha e ainda tenho, simplesmente nunca foi um Pai para mim, desde violência física, verbal, nunca soube o que era carinho, etc…
E era isto basicamente que me preocupava, se eu me podia tornar algo parecido com o meu pai (não esquecer que teoricamente isso contava 80%). A minha sorte para esses 80% foi o meu tio, a minha irmã, o meu irmão mais novo e um pouco a minha mãe! Claro que não concordo com essas percentagens, pois 50% da minha personalidade foi moldada por todos os meus amigos e a família da minha mulher e outros 50% foi a parte genética materna (o meu tio é irmão da minha mãe) e as vivências com aqueles que referi anteriormente e o meu inconsciente simplesmente ignorou tudo o que era relacionado com o meu pai.
Mas conscientemente e inconscientemente sempre tentei ser precisamente o inverso do meu pai e acho que consegui, pois a minha filha “só me quer a mim”!!! É óbvio que ela ama muito a mãe, mas ela é a verdadeira menina do papá (o que me deixa bastante orgulhoso e sem palavras).
O meu medo futuro é caso tenha outro filho/a se irei conseguir continuar a dar toda a atenção que ela merece (a que tenho dado a até agora) inconscientemente, pois conscientemente irá ser sempre a mesma, o máximo e o melhor de mim!!!